segunda-feira, 4 de julho de 2011

frio.

frio. eis a acentuação de mim.
não o frio que me arrepia, ou que traveste minhas expectativas.
o frio da ausência é o que me mata.
lá fora o dia se acinzenta e goteja, tal qual meus pensamentos na lembrança dela. tal qual a distância dela na agonia minha.
agonia dela.
o frio também me veste de impotência. ou seria a impotência a me vestir de frio?
o frio se extende e parte de lá, chega aqui e me sufoca, me aperta a goela, me dilacera.
o frio vem dela.
o frio que vem sob efeito da movimentação do ar se extingue com a delicadeza do cobertor de bolinhas.
o frio dela me desespera.

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