terça-feira, 14 de junho de 2011

Ai de mim...

"Vamos chamar o vento. Vento que dá na vela. Vela que leva o barco. Barco que leva a gente..." - assim cantava ao longe a Mônica Salmaso em reverência ao eterno Dori Caymmi. Assim fugia de mim os pensamentos, que se dissipavam num passeio sobre as ondas sonoras.

Nem sei em que momento decidi viver da imaterialidade dos meu sonhos e me nutrir de elementos tão distantes que me saciavam a fome da alma. Nem sei como isso passou a ter forma, cheiro, cor, gosto e saudade. Tampouco sei até onde meço a força que me sustenta diante de imensidão de surpresas que isso me prepara. Mas sei que a amo - e como a amo!
E quem vai mudar isso? Quais regras? Que suspensão de comportamento? Que moral? Que discurso? Que certeza vã?

O que eu sinto parece muito, medido em contra-reflexo do céu que me acoberta, e imensamente pequeno diante da impotência de não poder tê-la comigo.
Isso de nada vale! De que vale o meu amor?
Eu que aprenda a mágica da cartola e ali faça desaparecer toda a cor dos meus dias.

E sim, é isso mesmo que EU quero?
O que eu quero, afinal?
Ser o mágico que sucumbe ao fim um carinho inocente? Ou ser o amor que insiste em perdurar?

Ai de mim...

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