Eu descia as escadarias do beco Catarina Mina enquanto observava longe um dos blocos de paralelepípedo - como tantos outros sucumbidos ao descaso ludovicense - solto e separado de todo contexto de pedras. Naquele momento me atentei de que também eu era uma parte desgarrada da cidade, ou a cidade desgarrada de mim.
Era eu que fugia e seguia o prumo da proa em prol de novo cenário. O meu cenário, se desgarrava também de mim.
Lembrei das toadas de Coxinho, do tambor de Filipe, das rodadas da saia de Dona Roxa, da voz envelhecida de Teté, da cerveja gelada e barata de Dona Lulu, do pôr-do-sol no alto do coreto, da barquinha velha cheia de cofo indo pra Alcântara, das festas no casarão do Laborarte, do gingado do boizinho sobre o seu fiel miolo, da cortina de fumaça dos amigos, do cheiro do couro esquentando na fogueira, da clareira melancólica da João Lisboa, do maracatu rasgando o silêncio e descendo elétrico a Rua do Giz, da zabumbada de Leonardo em tempos de São João, do sobe e desce na capela de São Pedro todo dia 29 de junho, da cachaça da feira da Praia Grande, de Zumbi, de Cazumbá, de São Luís, do meu encantado Maranhão!
Maranhão sou eu. Maranhão sou eu.
imagens abstrações contemplações sonho saudade desejo lapsos colapsos mente demens desejo exortação linguagem ebriedade medo miséria música instinto multi-universia feminino temperatura contradição
quarta-feira, 22 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Ai de mim...
"Vamos chamar o vento. Vento que dá na vela. Vela que leva o barco. Barco que leva a gente..." - assim cantava ao longe a Mônica Salmaso em reverência ao eterno Dori Caymmi. Assim fugia de mim os pensamentos, que se dissipavam num passeio sobre as ondas sonoras.
Nem sei em que momento decidi viver da imaterialidade dos meu sonhos e me nutrir de elementos tão distantes que me saciavam a fome da alma. Nem sei como isso passou a ter forma, cheiro, cor, gosto e saudade. Tampouco sei até onde meço a força que me sustenta diante de imensidão de surpresas que isso me prepara. Mas sei que a amo - e como a amo!
E quem vai mudar isso? Quais regras? Que suspensão de comportamento? Que moral? Que discurso? Que certeza vã?
O que eu sinto parece muito, medido em contra-reflexo do céu que me acoberta, e imensamente pequeno diante da impotência de não poder tê-la comigo.
Isso de nada vale! De que vale o meu amor?
Eu que aprenda a mágica da cartola e ali faça desaparecer toda a cor dos meus dias.
E sim, é isso mesmo que EU quero?
O que eu quero, afinal?
Ser o mágico que sucumbe ao fim um carinho inocente? Ou ser o amor que insiste em perdurar?
Ai de mim...
Nem sei em que momento decidi viver da imaterialidade dos meu sonhos e me nutrir de elementos tão distantes que me saciavam a fome da alma. Nem sei como isso passou a ter forma, cheiro, cor, gosto e saudade. Tampouco sei até onde meço a força que me sustenta diante de imensidão de surpresas que isso me prepara. Mas sei que a amo - e como a amo!
E quem vai mudar isso? Quais regras? Que suspensão de comportamento? Que moral? Que discurso? Que certeza vã?
O que eu sinto parece muito, medido em contra-reflexo do céu que me acoberta, e imensamente pequeno diante da impotência de não poder tê-la comigo.
Isso de nada vale! De que vale o meu amor?
Eu que aprenda a mágica da cartola e ali faça desaparecer toda a cor dos meus dias.
E sim, é isso mesmo que EU quero?
O que eu quero, afinal?
Ser o mágico que sucumbe ao fim um carinho inocente? Ou ser o amor que insiste em perdurar?
Ai de mim...
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Keith Moon, o esquizofrênico
Eternamente insubstituível, e o The Who sabe disso: nem Kenney Jones, nem Simon Phillips, nem Zak Starkey... como Keith Moon nenhum outro!
Moon, the Loon!
Inovador e gigante no que fazia! O maior e melhor esquizofrênico da história!
O melhor de todas as eras do rock!
Assinar:
Postagens (Atom)